MIETE-BLOG

TECHNICAL INNOVATION AND ENTREPRENEURSHIP
Welcome to the BLOG of the Master Programme in Technological Innovation and Entrepreneurship (MIETE) at Faculty of Engineering of the University of Porto (FEUP). Through this BLOG we want to let you have a further insight into our activities in innovation and entrepreneurship.

Friday, November 04, 2005

Tecnologia & Empreendedorismo, Combinação de Sinergias na FEUP



O Professor Carlos Costa, Director da FEUP, é docente no Departamento de Engenharia Química da FEUP e acompanhou o MIETE desde o seu nascimento em Julho de 2004.

MIETE-BLOG: Sr. Professor Carlos Costa, muito obrigado pela disponibilidade para esta breve entrevista. Em 2004 deu o seu apoio a este projecto que então arranca em parceria com a FEP e com a EGP. Desde então já passou um ano lectivo e teve oportunidade de presenciar os resultados obtidos em Julho passado. Estaremos no bom caminho?
CC: A iniciativa visava estruturar na forma de pós-graduação a apropriação/desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias ao empreendedorismo, usando um modelo testado e, simultaneamente, permitindo avançar no sentido da prototipagem comercial e do eventual spin-off de produtos/ processos/ serviços maioritariamente oriundos do sistema de I&D da FEUP.
Neste sentido penso que a experiência deste primeiro ano foi muito frutuosa e induzirá melhoramentos.

MIETE-BLOG: Na sua perspectiva quais são as mais-valias para os alunos? Que horizontes é que se lhes abrem?
CC: Para os alunos, e para além da apreensão de conhecimentos, capacidades e atitudes, num ambiente de desenvolvimento dos seus trabalhos que me parece próximo do ideal, o produto do seu próprio trabalho pode concerteza constituir um instrumento decisivo para iniciarem uma actividade empresarial de base tecnológica.

MIETE-BLOG: Na sua opinião em que áreas é que os conhecimentos adquiridos no MIETE podem ser potenciados?
CC: Genericamente na área do empreendedorismo entendido aqui quer na criação autónoma de empresas, quer na de agente de mudança em empresas quer ainda na inovação.

MIETE-BLOG: Qual o papel que este Mestrado pode desempenhar na FEUP?
CC: Terá um papel fundamental na dinamização de outras formas/aprendizagens ligadas ao empreendedorismo como p.ex. na ajuda à criação de empresas do tipo "life style" e nos programas de "wake up" destinados a alunos de graduação.

MIETE-BLOG: Qual o benfício que o MIETE poderá ter no aumento da competitividade do Porto-região na área da inovação e empreendedorismo e, de uma forma mais abrangente, qual o papel que o MIETE pode desempenhar na nossa sociedade?
CC: De uma forma geral o MIETE permite a formação de "empreendedores", sendo que também contribui para a criação directa de empresas.


O Professor Sérgio Reis Cunha é docente no Departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores da FEUP. Disponibilizou no ano lectivo 2004/05 os resultados do seu trabalho de investigação a uma equipa do MIETE.

MIETE-BLOG: Muito obrigado pela disponibilidade para esta breve entrevista. Pode dar a sua opinião sobre a experiência pessoal como investigador e tecnólogo em colaboração com uma equipa de desenvolvimento de negócio?
SRC: Considero esta experiência muito positiva, independentemente dos resultados finais que venham a ser atingidos a nível de concretização de um negócio associado à ideia que propus. Fiquei, desde o início, sensibilizado com o convite que tive. O entusiasmo da equipa entretanto formada foi e está a ser contagiante. A junção das duas perspectivas (a minha voltada para a tecnologia; a da equipa do MIETE voltada para o negócio) é um passo imprescindível para tornar uma ideia num negócio. Com efeito, das múltiplas discussões e estudos de cenários, a ideia original já sofreu ajustes por forma a compatibilizar-se com o mercado.

MIETE-BOLG: Como surgiu aderiu à ideia de ceder os resultados do seu trabalho de investigação a uma equipa do MIETE?
SRC: Partiu de um convite endereçado pelo estimado colega João José. Devo dizer que este convite surgiu mesmo na hora “H”: sob o ponto de vista técnico este trabalho já estava no seu final. O passo seguinte é, portanto, efectuar uma formatação para melhor adequação ao mercado. Visto que desde a sua génese foi pensado com vista a ser realmente explorado, respondi pronta e afirmativamente.

MIETE-BLOG: Há mais pessoas envolvidas? Tem acompanhado o trabalho da equipa do MIETE que está a desenvolver o plano de negócios para a sua tecnologia? Do que lhe foi dado a conhecer sobre a metodologia TEC, qual a sua opinião?
SRC: Há mais pessoas envolvidas: saliento o Sérgio Rui Silva, que meteu mãos à obra desde o início e foi dos primeiros a acreditar num desenvolvimento comercial deste trabalho. Tenho, naturalmente, acompanhado a equipa do MIETE. Pude observar os métodos de trabalho associados à metodologia TEC que estão a estudar, para já aplicados a um estudo de mercado. Achei muito interessante, mas julgo que o melhor ainda está para vir, com o desenvolvimento do plano de negócio.

MIETE-BLOG: Na sua opinião, esta colaboração está a dar bons resultados? Quais as suas expectativas? Ser-lhe-ia possível enumerar dois ou três pontos positivos e negativos desta colaboração?
SRC: Disso já não tenho dúvidas. Com efeito, já tirei um conjunto de conclusões relevantes sobre este potencial negócio graças a esta cooperação. Relativamente a expectativas, julgo ainda ser prudente colocar o coração ao largo. No entanto, tenho indicadores muito favoráveis no sentido de se avançar para a concretização de um empreendimento comercial. Pontos positivos há vários. Começo pela própria ideia de se criar um núcleo de dedicado ao estudo metódico de assuntos relacionados com o empreendedorismo, e em particular associado a projectos de base tecnológica, dentro de uma escola de Engenharia. A presença e acompanhamento por parte de especialistas externos à casa também é muito bom. Gostaria de enfatizar ainda a forte motivação que pude constatar tanto nos alunos da equipa deste projecto como nos dos outros projectos. Como ponto a desenvolver, pude notar em alguns momentos alguma tendência excessiva para se tentar subjugar os aspectos de domínio de tecnlogia (know-how) a um enquadramento demasiado comercial. Acredito que em projectos de base tecnológica o know-how é o elemento que faz a diferença e, embora possa ser adquirido, tal não acontece à velociade com que evoluem os negócios.

MIETE-BLOG: Pode desvendar um pouco qual a proposta de valor da sua tecnologia?
SRC: Trata-se de um sistema para fazer levantamentos fotográficos a partir de aeronaves ligeiras. Visa o mercado da fotografia aérea ortorectificada e da geração de modelos digitais de terreno no segmento da escalas locais, ou seja, muito elevada resolução. Sendo baseado em componentes de tecnologia de valor comercial menor que os métodos actualmente empregues e sendo mais flexível em termos de operação, permite oferecer preços sem concorrência neste segmento. Para o cliente, o valor reside no aparecimento de um produto a uma escala que anteriormente apenas era possível a preços proibitivos. Para os proponentes, o valor reside no know-how adquirido ao longo de anos de estudo e testes nesta área, que cobre especialidades que vão desde a navegação de precisão, passando pela electrónica e processamento de dados até à aeronáutica, que permite obter os resultados desejados à custa de componentes de custo compatível.