Não desanimar e avançar continuamente, são as palavras do dia!

A Dra Teresa Dieguez é Licenciada em Economia pela FEP e actualmente Directora Executiva da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Em Setembro do ano passado deu-nos a honra da sua preferência pelo MIETE.
MIETE-BLOG: Dra. Teresa Dieguez gostariamos de começar por lhe agradeçer a disponibilidade para esta breve entrevista. Permita-nos abrir esta breve conversa com a seguinte questão: qual é, na sua opinião, a utilidade de um mestrado como o MIETE?
TD: Um mestrado como o MIETE é, sobretudo, uma oportunidade única de contactar, comparar, aprender e trocar experiências. Para profissionais no activo, como é o meu caso, o MIETE é uma forma muito próxima de estabelecer a ponte entre o mundo académico e o mundo empresarial.
Com efeito, estamos perante a emergência de uma nova ordem sócio-económica internacional que apresenta de forma desordenada, e muitas vezes contraditória, um conjunto de elementos, ou tendências, onde interagem a globalização, a economia do conhecimento e a sociedade de informação. Essas novas realidades económicas provocam mudanças profundas relativas às manifestações da competitividade, nomeadamente no que diz respeito às mutações constantes dos seus referenciais (tecnologia, produtos e mercados), à ampliação da base competitiva (espaços, agentes e estratégias) e à virtualização dos factores de competitividade (organização, marketing e inovação).
Neste enquadramento, estar próximo das fontes de saber, num ambiente informal e rico em desafios, permite “perceber” melhor o ambiente que nos rodeia e poder, assim, antecipar decisões estratégicas e identificar factores críticos de sucesso.
MIETE-BLOG: Na sua perspectiva quais são as mais-valias do MIETE para os alunos que o frequentam? Será que se lhes podem abrir novos horizontes?
TD: As mais-valias para os alunos do MIETE são, sobretudo, desenvolver as capacidades empreendedora e competitiva de cada um. Ter que associar a uma componente mais formal uma componente essencialmente prática não é tarefa fácil. Tentar encontrar tecnologias ou ideias novas, com características únicas e altamente diferenciadoras exige uma capacidade criativa grande e um auto-controlo elevado. “Não desanimar e avançar continuamente” são as palavras do dia.
Os horizontes que se podem abrir com um mestrado deste tipo são muitos, dependendo essencialmente da forma como cada aluno encara este tipo de formação, menos conservadora, mas mais exigente e mais imbuído de competências sociais e comportamentais.
MIETE-BLOG: Desde a sua concepção que o MIETE considerou fundamental permitir aos seus alunos construir um curso à medida das suas necessidades através da escolha de disciplinas optativas tecnológicas ou de gestão (MIETE). Este factor pesou na sua decisão no momento em que escolheu o curso? Considera que este factor fundamental para tornar possível a reunião de pessoas com várias valências? Que balanço faz da sua experiência?
TD: O facto de o MIETE permitir aos alunos construir um curso à medida das suas necessidades foi o factor-crítico na minha decisão. Para além de ser um mestrado inovador por conciliar aspectos mais operacionais e técnicos com aspectos mais estratégicos, permite aprofundar os temas que mais prazer dão a cada participante.
Ao longo da vida, quer pessoal, quer profissional, há oportunidade para conhecer realidades e ambientes diferentes. Muitas das vezes, quando se opta por uma formação inicial, ainda se é muito novo para “saber” o que ser quer e do que se gosta. Mais tarde, por diversos motivos, há muito espaço para aprender, mas poucas oportunidades para o fazer. Por estes factores, reunir pessoas com várias valências, mas com interesses comuns, só pode enriquecer o processo de aprendizagem mútua e reflectida que poderá induzir acções concretas e devidamente sustentáveis.
Estou a gostar da minha participação no MIETE. Conciliar vida profissional, com vida familiar e vida académica, não é fácil… Mas gosto de desafios.
MIETE-BLOG: A formação na construção de negócios de base tecnológica é leccionada orientada ao “aprender fazendo”. Considera esta abordagem uma mais-valia do curso? Será a formação adequada à necessidade das empresas? Quais os pontos fortes e quais os pontos fracos desta abordagem?
TD: A formação na construção de negócios de base tecnológica é, sem dúvida, uma mais valia. Não é, no entanto, e como já atrás referi, uma abordagem cómoda, rápida e com garantia de sucesso. Encontrar tecnologias inovadoras, não é fácil e comum…
A formação leccionada é adequada às necessidades das empresas… mas convém encontrar a “tal” tecnologia.
Como pontos fortes apontaria a forma eficaz como se desenha um processo criativo, se constrói um plano de negócios, se discute em equipa o projecto, desde a concepção ao negócio.
Como pontos fracos, mas que não está directamente ligado com o mestrado, o facto de as tecnologias diferenciadoras não serem muitas, exigindo uma procura constante e uma força grande para não desanimar.
MIETE-BLOG: Numa visão de alguém que vem da da indústria, qual o papel que este curso pode desempenhar na interface entre a indústria e a universidade?
TD: A indústria e a Universidade estão de “costas” voltadas uma para a outra. Um curso como o MIETE pode constituir um pólo dinamizador de contactos, atendendo a que é possível e viável os seus elementos falarem uma linguagem comum e terem um conjunto de objectivos: inovar e competir numa óptica de livre concorrência.
É importante que o tecido empresarial conheça o curso e que seja constituído um centro, não necessariamente formal, que potencie os contactos com ideias novas e sua concretização.
MIETE-BLOG: Na sua opinião em que áreas é que os conhecimentos adquiridos no MIETE podem ser potenciados?
TD: Os conhecimentos adquiridos, porque o MIETE já pressupõe a possibilidade de optar por um conjunto interessante de disciplinas tecnológicas e de gestão, são mais do que suficientes. Para os alunos que ainda têm pouco contacto com o mundo de trabalho, recomendaria disciplinas mais ligadas a aspectos comportamentais e sociais.
Permito-me apenas fazer um pequeno reparo que passa por não estar perspectivada nenhuma formação em prospectiva, disciplina que considero crucial para os dias de hoje e que, atendendo à heterogeneidade do grupo, poderia constituir mais um factor diferenciador do curso.
MIETE-BLOG: Será o MIETE oportunidade para uma nova orientação de vida?
TD: Talvez. Quando escolhi o MIETE fi-lo porque precisava de “sentir” o mundo académico mais próximo. Não tinha em mente nenhum projecto ou nenhum negócio. O mundo automóvel é um mundo cheio de desafios e que me absorve muita energia…
Hoje se a tecnologia que estou a desenvolver for validada e constituir uma oportunidade de negócio interessante, sou capaz de seguir para a frente.
Como eu, é provável que os meus colegas sintam o mesmo. Creio que não é correcto encarar o MIETE como a garantia do negócio, mas é sem dúvida uma excelente ferramenta para aprendermos a trabalhar o negócio.
A equipa é fantástica, os orientadores estão próximos, a discussão é frequente e a cooperação é total.
MIETE-BLOG: Permita-me que conclua com mais um agradecimento pela disponibilidade e com os melhores votos de felicidades.
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